Hoje celebra-se o
Dia Mundial da Poesia. A comemoração deste dia deve-se à UNESCO, que na sua XXX
Conferência Geral, de 16 de novembro de 1999, decidiu criar este dia com o
objetivo de promover a leitura, a escrita, a publicação e o ensino da poesia
pelo mundo.
Como estamos já na
interrupção da Páscoa (férias, para os alunos), deixo-vos aqui um poema de
Manuel da Fonseca, um escritor e poeta alentejano, natural de Santiago do Cacém
e cuja leitura vos recomendo.
Noite de Sonhos Voada
Noite de sonhos voada
cingida por músculos de aço,
profunda distância rouca
da palavra estrangulada
pela boca armodaçada
noutra boca,
ondas do ondear revolto
das ondas do corpo dela
tão dominado e tão solto
tão vencedor, tão vencido
e tão rebelde ao breve espaço
consentido
nesta angústia renovada
de encerrar
fechar
esmagar
o reluzir de uma estrela
num abraço
e a ternura deslumbrada
a doce, funda alegria
noite de sonhos voada
que pelos seus olhos sorria
ao romper de madrugada:
— Ó meu amor, já é dia!...
Manuel da Fonseca, in "Poemas Dispersos"
cingida por músculos de aço,
profunda distância rouca
da palavra estrangulada
pela boca armodaçada
noutra boca,
ondas do ondear revolto
das ondas do corpo dela
tão dominado e tão solto
tão vencedor, tão vencido
e tão rebelde ao breve espaço
consentido
nesta angústia renovada
de encerrar
fechar
esmagar
o reluzir de uma estrela
num abraço
e a ternura deslumbrada
a doce, funda alegria
noite de sonhos voada
que pelos seus olhos sorria
ao romper de madrugada:
— Ó meu amor, já é dia!...
Manuel da Fonseca, in "Poemas Dispersos"
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